Capuchinha Beata Constância Panas

Clarissa Capuchinha Costanza Panas

"Sempre pensei que a vida é uma tarefa a ser levada a cabo com a maior seriedade; que é a preparação para grandes coisas".

A cerimônia de beatificação da madre Maria Constância Panas se deu no dia 17 de outubro (2022), exatamente no mesmo mês de sua (e nossa) mãe fundadora Bem aventurada Madre Maria Lourença Longo. Um belo presente da Divina Providência. Sua memória litúrgica é no dia 28 de maio.

Nascida em Belluno (Itália) em 5 de janeiro de 1896, sendo a quarta de sete irmãs, filha de um tecelão, Inês Panas preocupou os pais por só começar a falar após os dois anos de idade, além de muito doente. A mãe então recorreu a Monte Bérico, suplicando a saúde da filha: "Senhora minha, deixa-me Inês. Eu a trarei aqui e farás dela o que julgares melhor" . E a menina ficou curada.

Inês foi educada dentro dos valores cristãos e desde a infância nunca se deixou levar pela leviandade. Porém não deixou de revelar, também cedo, um temperamento forte, que lhe impedia de se inclinar facilmente aos desejos dos outros. Quando convidada a rezar uma Ave Maria à noite dizia que não, pois já havia rezado pela manhã. Que a Virgem se lembraria. 

Ciente que o orgulho pode levar a pessoa a agir negativamente quando guiada por suas emoções, sua mãe tratou de corrigí-la com paciência e firmeza, orientando-a para o bem. Fazendo com que coloca-se seus dotes a serviço do Senhor, a exemplo da Virgem Santa, a quem a pequena chamava de "A minha senhora", que havia lhe concedido a graça da cura de sua enfermidade. 

Sempre teve especial predileção pela escrita. Gostava de registrar seus mais íntimos sentimentos, e os reservava com total discrição.Ninguém tinha acsso a eles. Começou a escrever seu diário em 1913, quando se formou como professora, onde relata seu amadurecimento espiritual e faz voto ("voto da caneta") de somente escrever para Jesus e de Jesus pelo resto da vida.

Após sofrer forte e longa oposição da família, ingressou no mosteiro de Fabriano, em outubro de 1917, aos 21 anos; em abril do ano seguinte, revestida do hábito de Clarissa Capuchinha, tornou-se a Irmã Maria Constância. Suas virtudes chamavam atenção de sua comunidade e das pessoas que visitavam o mosteiro. Aos 31 anos foi eleita mestra de noviças e cinco anos depois (1936) Madre Abadessa, função que desempenhou por 16 anos consecutivos.

Acolhia a todos com profunda simplicidade e humildade, tendo singular afeto pelos sacerdotes. Nunca dava impressão de estar com pressa, escutava com interesse e aconselhava com confiança, incutindo serenidade, pois aprendeu na aridez espiritual a viver na pureza da fé em todas as situações. Alargava seu apostolado através de correspondências em que estreitava os vínculos; muitos padres se tornavam seus filhos espirituais.

Madre Constância ensinava às pessoas que a ela recorriam sempre manter a paz, em meio as fraquezas e limitações, sendo compreensíveis consigo mesmas. Em razão do seu testemunho de fé e amor, após intervalo de três anos, foi reeleita Abadessa (1955), mesmo estando com a saúde debilitada pela artrite deformante, asma brônquica grave e ataques cardíacos; foi mantida no cargo até sua morte, em 28 de maio de 1963, quando contava 67 anos de idade. 

Clarissa Capuchinha Constância Panas


Dos escritos da Beata Constância Panas

Da sábia caridade

"Não ocupar-se do que não me conduz a Deus".

"Não dizer, não procurar, não pedir, não narrar, não referir senão aquilo que pode intensificar a presença de Deus em mim e nas demais [pessoas]".

"Nada deve interessar-me ou alegrar-me se não me concede Deus; nada deve perturbar-me se não me priva de Deus".

"Por que interessar-me esta ou daquela coisa , da qual não deverei prestar contas nem a Deus, nem aos homens?".

Sobre a perfeição

"Consagrar-se a Deus significa sacrificar completamente o próprio eu".

"A alma mais cara a Deus é aquela que está morta para si mesma".

"Como é possível viver dias plenos e agradáveis a Deus? Consegue-se fazê-lo buscando a Deus de todo o coração, sem perdoar o amor próprio. Jamais contemplar o bem sem fazê-lo. Nunca ver o menos perfeito sem rejeitá-lo de qualquer maneira".

"A mortificação mais perfeita do amor próprio? Nunca dar razão a nós mesmas! A alma que é superior ao seu amor próprio está sempre convencida de ter errado, em pouco ou em muito".

"Virtude mais perfeita que encerra toda a santidade? Uma única virtude praticada perfeitamente encerra a mais elevada santidade! É suficiente querê-la".

"O que consegue a alma que se doa continuamente a Deus? Ela consegue o dom inestimável do próprio Deus, que se faz tudo por ela. Que troca!". 

"Caridade perfeita para com o próximo? Amando a Deus de todo o coração! Quem a ama a Deus e está totalmente ocupado em serví-lo, não tem tempo para julgar o próximo e em breve tempo o amará pura e generosamente".


Atualizada em 08/08/2025. 


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