Dormitório do mosteiro de São Damião: sem divisões
"Com que solicitude, então, com que zelo da mente e do corpo devemos observar o que foi mandado por Deus e por nosso pai, para restituir o talento multiplicado, com a colaboração do Senhor! Pois o próprio Senhor colocou-nos não só como modelo, exemplo e espelho para os outros, mas também para nossas Irmãs, que ele vai chamar para a nossa vocação, para que também elas sejam espelho e exemplo para os que vivem no mundo" (TestCl).
Ao decidir-se, efetivamente, pelo seguimento de Cristo, nas pegadas de São Francisco, Clara passa a renunciar tudo que torna evidente a distinção entre pobres e ricas, não deseja formar um 'clã religioso' e sim uma fraternidade, para isso não aceita dote da candidata e ignora a procedência social da mesma, importa ingressar pobre e/ou desembaraçada de preocupação com bens materiais. Ser pobre como Jesus é o essencial.
O que deve nortear a vocação de uma clarissa é o firme propósito de se dar inteira a Jesus, seguindo seu exemplo de desapego,de humildade e pobreza, por isso Santa Clara deixa estabelecido na sua Forma de Vida (Regra): "Se for idônea, digam-lhe a palavra do Santo Evangelho: que vá vender tudo que é seu e procure dá-lo aos pobres. Se não puder fazer isso, baste-lhe a boa vontade" (RgCl).
A grande novidade do carisma de São Francisco é a fraternidade, uma irmandade universal, todos filhos de um único pai: Deus, o Criador de todas as criaturas. Santa Clara traz essa inovação para a vivência feminina. Não quer repetir a hierarquia já existente nos demais mosteiros e para manter isso precisou lutar muito, inclusive escrevendo uma Forma de Vida (Regra) própria, para assim sair do "molde" beneditino, trazendo o novo carisma para a Vida Contemplativa.
Atualizada em 17/02/2025.
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