Nos passos do Crucificado
Santa Clara vive um amor irrestrito pelo Deus que se fez Homem e, na sua infinita misericórdia, aceitou morrer na cruz para a redenção da humanidade pecadora. Em todos os seus escritos isso transparece de uma maneira muito natural, é algo que lhe é próprio. Assim que Inês de Praga entra na Ordem (1234), Clara lhe escreve e aconselha "ficai firme no santo serviço do pobre Crucificado".
E logo após tece um apaixonado elogio à "bem-aventurada pobreza", o próprio Jesus, que morreu despojado de todos os bens terrenos, inclusive das vestes. Assim, a Quaresma é, para Clara, o tempo privilegiado para estar mais unida ao Esposo Sofredor, por isso na sua Forma de Vida (Regra) põe como norma às Irmãs que "na quaresma maior, ninguém fale no locutório, a não ser ao sacerdote para se confessar ou por outra necessidade manifesta".
É o tempo de seguir o Mestre mais intimamente na sua experiência de deserto, sempre desejando conformar-se mais e melhor a vontade do Pai. Não querendo por motivo algum satisfazer o próprio corpo e tendo em vista reparar, na mortificação física, a sua ingratidão e a de toda a humanidade para com tão misericordioso Redentor, Clara, enquanto tem saúde, se alimenta durante toda a Quaresma somente de pão e água (exceto aos domingos).
Mesmo com o uso de ásperos cilícios, não vê em tais práticas um rigor excessivo, quer apenas estar em comunhão com seu amadíssimo Esposo, sendo participante dos seus sofrimentos, acompanhando-O em seu abandono. As Irmãs que testemunham no Processo de Canonização confirmam que Santa Clara fazia muitas mortificações em todo o tempo e na Quaresma maior e na de São Martinho¹ as intensificava.
Suas práticas lhes pareciam humanamente insuportável, mas salientam que "apesar disso, estava sempre alegre no Senhor e jamais era vista perturbada, e sua vida era toda angélica" (ProcC3Test), e exercitava ainda mais sua humildade, não apenas lavando os pés das Irmãs que faziam serviço externo, como costumava fazer, mas também beijando-os.
Oração e louvor para a mão direita:
Louvor e glória a ti pela chaga sacratíssima da tua mão direita, Senhor Jesus Cristo. Por esta sagrada chaga, perdoa todos os meus pecados, que cometi contra ti por pensamentos, palavras e obras, pela negligência em teu serviço, pelo prazer na carne maldosa, dormindo e acordada. E pela tua venerável Paixão, permite que eu recorde tua morte tão piedosa e tuas sagradas chagas dignas de serem lembradas. E, por teu dom, que eu te renda graças pela mortificação do meu corpo. Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos. Amém.
Oração: Pai-nosso Saudação: Ave Maria
Para a mão esquerda:
Louvor e glória a ti por tua sacratíssima chaga da mão esquerda, suavíssimo Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga, tem compaixão de mim e digna-te mudar em mim tudo que em mim te desagrada. Dá-me a vitória sobre teus tão perversos inimigos, para que por tua força eu consiga superá-los. E por tua piedosíssima morte, livra-me de todos os perigos desta vida e da futura. Torna-me digna (o) de tua glória no teu Reino. Amém.
Oração: Pai-nosso Saudação: Ave Maria
Para o pé direito:
Louvor e glória a ti pela sacratíssima chaga do teu pé direito, melífluo Senhor Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga concede-me digna penitência por meus pecados. E por tua morte tão piedosa peço suplicante que me guardes em tua vontade dia e noite, a mim que sou tua (teu) serva (o); que me livres de toda adversidade da alma e do corpo, e que acolhas minha alma em tua fé e misericórdia no dia tremendo, e me leves para os gozos eternos. Amém.
Oração: Pai-nosso Saudação: Ave Maria
Para o pé esquerdo:
Louvor e glória a ti pela sacratíssima chaga do teu pé esquerdo, piedosíssimo Senhor Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga, concede-me o perdão da indulgência plena para que, com o teu socorro, eu mereça escapar do juízo da vingança. E por tua santíssima morte, eu te suplico, piedosíssimo Jesus Cristo, que antes do dia da minha partida eu mereça receber, para a salvação eterna, o sacramento do teu dulcíssimo corpo e sangue, pela confissão de meus pecados e pela penitência perfeita, e também pela unção do óleo sagrado, na castidade do corpo e da alma. Amém.
Oração: Pai-nosso Saudação: Ave Maria
Para a chaga do peito:
Louvor e glória ti pela sacratíssima chaga do teu peito, muito benigno Senhor Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga e por causa da amplidão de tua sacratíssima misericórdia, que mostraste ao soldado Longino quando abriu o teu peito, mas agora também a nós todos, eu te peço, puríssimo Jesus que tu, que me lavaste dos pecados originais pelo batismo, também me libertes de todos os males passados e futuros por teu sacratíssimo sangue, que hoje é imolado e tomado no mundo inteiro. E, por tua morte tão amarga, dá-me fé direita, esperança firme e caridade perfeita, e que, de todo coração, com toda a alma, com toda força eu te ame. E me confirma nas boas obras. Dá-me uma esperança forte no teu santo serviço para que eu possa te agradar perfeitamente e sem fim. Amém.
Oração: Pai-nosso Saudação: Ave Maria
V) As cinco chagas de Deus.
R) Sejam os remédios meus.
V) Pelas cinco chagas.
R) Arranca-me das ruínas.
V) Dá-nos a paz, ó Cristo.
R) Pelas cinco chagas.
Oremos: Onipotente e sempiterno Deus, que remiste o gênero humano nas Cinco Chagas do teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, concede aos que te suplicam que, venerando todos os dias essas chagas, consigamos escapar por teu precioso sangue de uma morte súbita e eterna. Pelo mesmo Cristo Senhor. Amém.
(Fonte: http://centrofranciscano.capuchinhossp.org.br/images/publicacoes/artigos/CINCO-CHAGAS.pdf)
(1) Na Idade Média, na festa de São Martinho de Tours (11/11), padroeiro da Europa, tinha início a Quaresma de São Martinho, indo até o Natal, não havia o Tempo do Advento. São Francisco dava início a essa quaresma na Festa de Todos os Santos.
Atualizada em 04/11/2024.
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